Dieta colorida: diversidade de alimentos vegetais reduz risco de doenças e morte precoce
AVANÇOS CIENTÍFICOS EM FOCO
Fabiana C. V. Giusti, PhD; Sara Tolouei, PhD e João B. Calixto, PhD
12/18/20252 min read
Introdução
Os flavonoides são compostos (poli)fenólicos amplamente presentes em frutas, vegetais, chás, vinhos, cacau e outras fontes vegetais. Há décadas, estudos sugerem que seu consumo regular está associado a menor risco de mortalidade e de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, câncer e doenças cardiovasculares. No entanto, praticamente todas as pesquisas focavam na quantidade total ingerida, e não na diversidade de tipos de flavonoides consumidos.
Como diferentes flavonoides possuem propriedades biológicas distintas — antioxidantes, anti-inflamatórias, protetoras vasculares e antiproliferativas —, a diversidade pode ser um fator determinante para a proteção à saúde. O estudo publicado na revista científica Nature Food é o primeiro a investigar, em grande escala, como a variedade de flavonoides consumidos influencia o risco de mortalidade e de doenças crônicas.
Resumo do estudo
O trabalho utilizou dados de 124.805 participantes do UK Biobank, todos com 40 anos ou mais. O consumo dietético foi avaliado por questionários alimentares repetidos, permitindo estimar tanto a quantidade total de flavonoides quanto a diversidade de subclasses e de alimentos ricos em flavonoides, medida por índices de entropia convertidos em números efetivos de diversidade (método de Hill).
Os participantes foram acompanhados por um período de 8,7 a 11,8 anos, durante o qual foram registrados 5.780 óbitos, além de milhares de casos incidentes de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer, doenças respiratórias e neurodegenerativas.
Após ajustes extensos para fatores demográficos, estilo de vida, dieta e histórico médico, o estudo mostrou que tanto a maior quantidade quanto a maior diversidade de flavonoides estavam associadas a menor risco de mortalidade e de várias doenças crônicas. Em comparação aos indivíduos com menor diversidade, aqueles no grupo mais elevado apresentaram:
• 14% menor risco de mortalidade por todas as causas;
• 10% menor risco de doenças cardiovasculares;
• 20% menor risco de diabetes tipo 2;
• 8% menor risco de câncer;
• 8% menor risco de doenças respiratórias.
A maior diversidade de alimentos ricos em flavonoides — como chá, frutas vermelhas, uvas, maçãs, laranjas e verduras — também se associou a menor mortalidade.
Principais conclusões
1. A diversidade importa tanto quanto a quantidade: consumir diferentes tipos de flavonoides é mais benéfico do que ingerir grandes quantidades de poucos tipos.
2. Efeito protetor consistente: maior diversidade e maior ingestão total reduzem, de forma independente, o risco de múltiplas doenças crônicas.
3. Recomendação prática: ingerir diariamente porções variadas de alimentos ricos em flavonoides — especialmente frutas, vegetais, chás e uvas — pode contribuir para maior longevidade e melhor saúde a longo prazo.


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