A Roche anunciou a aquisição da 89bio por até US$ 3,5 bilhões
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Fabiana C. V. Giusti, PhD; Sara Tolouei, PhD e João B. Calixto, PhD
11/11/20251 min read
Em um movimento estratégico para fortalecer sua posição no desenvolvimento de terapias voltadas ao tratamento da MASH (esteato-hepatite associada à disfunção metabólica), anteriormente conhecida como NASH, a Roche anunciou a aquisição da 89bio por até US$ 3,5 bilhões. O negócio inclui um pagamento inicial de US$ 2,4 bilhões e US$ 1,1 bilhão adicionais, condicionados ao cumprimento de metas futuras.
A MASH é uma doença progressiva caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, inflamação e fibrose, podendo evoluir para cirrose e falência hepática. É uma condição altamente prevalente: estima-se que 1 em cada 3 adultos no mundo apresente algum grau da doença. No Brasil, estudos indicam taxas semelhantes ou ligeiramente superiores à média global, com frequência entre 30% e 40%.
Embora dois medicamentos tenham sido aprovados recentemente, o resmetirom (Rezdiffra, da Madrigal Pharmaceuticals) e a semaglutida (Wegovy, da Novo Nordisk), ainda há grande demanda por terapias mais eficazes.
A 89bio desenvolve o pegozafermin, um análogo do fator de crescimento de fibroblastos 21 (FGF21), molécula envolvida na regulação dos triglicerídeos e na redução da gordura hepática. Em estudos clínicos de fase IIb, entre 22% e 27% dos pacientes tratados apresentaram redução da fibrose sem agravamento da inflamação hepática, comparado a 7% no grupo placebo. Dados preliminares também sugerem melhora em pacientes com doença hepática avançada após apenas seis meses de tratamento.
Atualmente, dois ensaios clínicos de fase III estão em andamento, com resultados esperados a partir de 2027. Segundo Manu Chakravarthy, chefe global de desenvolvimento cardiovascular, renal e metabólico da Roche, o pegozafermin apresenta características que o posicionam como um dos principais candidatos da classe FGF21 para o tratamento da MASH.
A aquisição reforça uma tendência crescente na indústria farmacêutica: empresas como a GSK também estão investindo em análogos de FGF21, intensificando a corrida por terapias inovadoras para uma das doenças hepáticas mais prevalentes e desafiadoras da atualidade.


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